A Guerra Genpei sem dúvida inspirou muitas mulheres a se juntar aos homens no fronte de batalha. Outra guerra que inspirou igualmente as japonesas foi a Guerra Boshin (1868-69) pela centralização do poder no Imperador – que ironicamente acabou com a classe samurai.
Texto original de Kallie Szczepanski
A Guerra Boshin foi outra guerra civil, entre o governantes do xogunato Tokugawa contra aqueles que queriam o retorno do poder político para o Imperador. O jovem Imperador Meiji tinha o suporte dos poderosos clãs Choshu e Satsuma, que possuíam menos tropas que o Xogum, mas armas mais modernas.
Após um longo mês de cerco, a região de Aizu se rendeu. Seus samurais foram enviados para prisões de guerra, e o domínio da região foi dividido e redistribuído entre os monarquistas.
Yamakawa Futaba, 1844-1909
Como filha e esposa de oficiais de Aizu, Yamakawa Futaba foi treinada para lutar. Ela participou da defesa do Castelo Tsuruga contra as forças do Imperador. Quando as defesas do castelo foram quebradas, a maioria dos defensores cometeu seppuku.
Yamakawa Futaba sobreviveu, e continuou a liderar um movimento por melhorias na educação para mulheres e garotas no Japão.
Yamamoto Yaeko, 1845-1932
Outra samurai defensora da região de Aizu foi Yamamoto Yaeko (1845-1932). Seu pai era um instrutor de artilharia para o daimyo de Aizu, e a jovem Yaeko foi uma habilidosa atiradora.
Após a derrota do xogunato em 1869, Yamamoto Yaeko se mudou para Kyoto para procurar o irmão, Yamamoto Kakuma. Ele foi levado como prisioneiro pelo clã Satsuma no final da guerra Boshin, e provavelmente teve um tratamento duro nas mãos destes.
Yaeko logo se converteu ao Cristianismo e casou-se com um pastor. Ela viveu até uma idade avançada e ajudou na fundação da Universidade Doshisha, uma escola Cristã em Kyoto.
Nakano Takeko, 1847-1868
A Terceira Defensora de Aizu foi Nakano Takeko (1847-1868), filha de outro oficial de Aizu. Ela treinou artes marciais, e trabalhou como instrutora até o fim da adolescência.
Durante a Batalha de Aizu, Nakano Takeko liderou um corpo de samurais mulheres contra as forças do Imperador, ela lutou com uma naginata, a arma tradicional das guerreiras japonesas.
Takeko estava liderando um assalto contra as tropas imperiais quando levou uma bala no peito. Sabendo que iria morrer, a guerreira de 21 anos ordenou que sua irmã Yuko que cortasse sua cabeça e a salvasse do inimigo. Yuko fez o que foi lhe pedido, e a cabeça de Nakano Takeko foi enterrada embaixo de uma árvore no Templo Hokaiji.
A Restauração Meiji de 1868 que resultou no triunfo do Imperador na Guerra Boshin marcou o fim da era samurai. Mesmo assim, no fim, mulheres samurai como Nakano Takeko lutaram, ganharam e morreram tão bravamente quanto seus companheiros de luta.